sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

SIRI PIRATA

Mochila em reunião com o prefeito João Paulo
e a diretoria do Clube Líbano, acertando detalhes
do I Siri Pirata.


2006 foi um ano especial. Eu já freqüentava o Clube Líbano Brasileiro há 3 anos e vinha promovendo alguns eventos no clube, como o I RECIFORRÓ, um show de forró fora de época com diversos artistas da região, inclusive a Nádia Maia. Nas eleições do ano anterior, 2005, o presidente vitorioso, Fábio Kabbaz, me incluíra em sua chapa como Diretor Social e, ainda no final de dezembro, resolvemos realizar uma prévia carnavalesca para os sócios do clube e cobrir um espaço que havia ficado aberto com a saída da prévia Siri na Lata, uma vez que seus promotores haviam trocado o nosso clube pelo Clube Português. E como o Siri na Lata é um bloco anárquico, que nasceu com o intuito de agregar todas as tribos, sem restrições de cor, raça e sexo, onde a ordem era liberar geral e, além de brincar o carnaval, beber, namorar e falar mal do governo, resolvemos, no aniversário do bloco, prestar-lhes uma homenagem realizando uma prévia que era uma sátira ao Siri original. Criamos o Siri Pirata, aproveitando a onda da pirataria que vinha crescendo no país. Aliás, a decoração do I Siri Pirata era toda centrada nesse tema, com diversos cd´s ornamentando toda a sede do clube.

Mas o tiro saiu pela culatra. A criação da prévia Siri Pirata causou bastante polêmica e em vez de agradecerem a homenagem, os organizadores do Siri na Lata, acostumados a gozarem com todo mundo, sentiram-se incomodados e entraram com um processo contra a direção do Clube Líbano. Graças ao trabalho dos advogados do clube, conseguimos rechaçar todos os processos. Tivemos o apoio imediato do prefeito João Paulo e a imprensa, mais uma vez, encontrou nisso o mote para apimentar ainda mais a celeuma: falaram que o Siri na Lata era a prévia da situação, pois o governador Jarbas Vasconcelos estava sempre presente e o Siri Pirata era a prévia da oposição, com o apoio do prefeito João Paulo. Lógico que não fora essa a intenção, mas aproveitamos o mote para  colocar mais lenha na fogueira que já estava queimando.

O evento foi sucesso total. Vendemos todos os ingressos, todas as mesas, todos os camarotes. Recebemos convidados ilustres de todos os segmentos: da Política, das Artes, empresários e jornalistas de todas as emissoras de rádio e TV que estavam cobrindo o carnaval de Recife, além dos três jornais. Convidamos o governador, que não foi, mas foram diversos secretários de seu governo, além de diversos deputados da situação de então. Eu e o Mala produzimos um programa especial lá, entrevistando artistas, convidados, personalidades. A atração principal do I Siri Pirata foi Alceu Valença, além da Orquestra Super Oara, Patusko e Karol & Banda. A festança terminou somente às 6 da manhã. Naquele ano, os organizadores do Siri na Lata não conseguiram acabar com a festa.  No II Siri Pirata repetimos a dose com Alceu e a Super Oara. Como no ano anterior, todos os ingressos, mesas e camarotes, se esgotaram três dias antes. Nós utilizamos o aprendizado do ano anterior para promover uma prévia ainda mais animada, com uma organização mais profissional. Diferentemente do ano anterior, os organizadores do Siri na Lata não se pronunciaram, em nenhum momento, a respeito do Pirata. Foram espertos e nos pegaram de surpresa. No dia da festa, por volta das 17h, recebemos a intimação para não usar o nome do Siri. Foi um corre-corre danando, mas, dessa vez, nossos advogados não conseguiram suspender a ação. A Folha de Pernambuco cobriu muito bem o fato1. Além disso, alguns dias depois, a SB Produções, minha empresa de eventos, que realizou a prévia por três anos, ainda foi autuada por um certo Bar do Pirata, de Fortaleza, por  utilização do nome Pirata, no baile. Mas essa ação não deu em nada.

No ano seguinte, em 2008, a prévia passou a usar a denominação de Baile Pirata. A atração principal foi Elba Ramalho, que eu queria desde o começo juntar com Alceu Valença no mesmo baile, mas não conseguimos em virtude de a agenda da Elba sempre estar comprometida naquelas datas.
Embora nos anos seguintes, por força de outros compromissos, eu tenha me afastado da comissão de produção, trago guardado os bons momentos vividos nos três anos em que participei.
¹ Folha de Pernambuco - PE
09/02/2007 - 08:23
Siri Pirata é intimado a retirar nome da festa
Ação foi impetrada pelos organizadores do Siri na Lata
Leopoldo Monteiro
Os organizadores da festa Siri Pirata foram intimados oficialmente, ontem, pela Justiça, que proibiu a utilização do nome para promoção do baile. Eles foram obrigados a pintar o muros e outdoors que continham o nome do evento. Porém, a festa pré-carnavalesca vai acontecer, hoje, normalmente, no Clube Líbano Brasileiro, no bairro do Pina. A determinação da retirada do nome foi do desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Eloy D’Almeida Lins, após ação impetrada pelos organizadores da festa Siri na Lata, também programada para o dia de hoje, na mesma hora, no clube Português do Recife.

Os organizadores do Siri na Lata interpretam como uma imitação da outra marca. O TJPE também estabeleceu uma multa de 35 mil reais, em caso de qualquer tipo de divulgação do baile com o nome mencionado. O diretor da festa que vai acontecer no Clube Líbano, Gilberto Elias Kabbaz, foi obrigado a mandar pintar de preto os nomes referentes ao evento que estavam em frente ao local da festa. “Isso não vai influir na credibilidade do meu pré-Carnaval. Acho que eles (concorrentes) devem estar se sentindo incomodados. Já é o 2º ano que estou promovendo e tenho certeza que será um sucesso, mesmo com tudo isso”, disse o diretor. O público vem por causa do conforto que o clube oferece e pelas atrações”, acrescentou.

A organização do Baile Siri Pirata informou que vai entrar com recurso na Justiça contra a festa do Siri na Lata, no intuito de recuperar o nome perdido. “Estamos preocupados primeiro com os preparativos do evento. Temos muita coisa para fazer nos momentos que antecedem o baile, mas vamos recuperar nossa marca na Justiça. É só uma questão de tempo”, comentou Gilberto Elias Kabbaz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário